A Babushka <$BlogRSDURL$>


Nas palavras encontramos o confronto firme, dos nossos pensamentos, que teimam em contrariar a nossa camuflada sabedoria! [Reptil Vamp] - Click

abril 21, 2006

Se os Tubarões Fossem Homens



Bertold Brecht

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adoptariam todas as providências sanitárias cabeis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma presa a fim de que não morressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guelra dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o acto mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se adoçaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros. As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelras seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelras dos tubarões. A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelras dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.


abril 19, 2006

LOFT

Espaço. A cada pessoa, seu espaço. A cada espaço, sua singularidade. A procura de espaços está muito relacionada com uma dimensão emocional, de relação, de empatia.

No que respeita ao no nosso espaço interior, penso que os limites que o constituem funcionam muito como uma membrana biológica, numa função de homeostasia que é constantemente posta à prova, quer pelo auto-conhecimento, quer por força do gradiente de concentração ( biológico, psicológico, e social). Uma estreita relação entre factores internos e externos à pessoa, o que resulta em limites de “diâmetro” variável. Tão variável quanto o número de pessoas existentes.

Neste jogo do empurra, procuramos também contornar barreiras e contrariedades, impulsionados por sonhos, projectos e motivações. O caminho nem sempre é fácil, e muitas vezes damos por nós a percorrer radiais perante momentos mais difíceis. Momentos de fés diluídas, de vulnerabilidades de toda a ordem, ou de verdades emocionais que não queremos reconhecer.

Construções erróneas em que as vigas não possuem sustentação, mas nas quais insistimos em seguir o esquema que estava traçado, sob pena de cederem os nossos próprios alicerces.

A aceitação e a significação da realidade, são portanto ingredientes fundamentais para o crescimento pessoal, para o reconhecimento dos nossos limites, e consequentemente, do nosso espaço…


By Grizo


Na eventualidade de alguém reclamar este artigo, será pura ilusão no conteúdo deste espaço compartilhado; assim, advirto a todos aqueles que o texto apenas transladou-se de um sítio ficando por isso, sempre no mesmo sítio, onde se germinou...





Chegar tarde…

Vim comer teu bolo sem muito doce
Mas, quando penso neste dia
Tento entrar de mansinho, sem bater.
Apenas vi o teu amor encantador
Através da Windows deste computador



T ransladam-se I nterrogações de T anto A mor elas S ão




abril 17, 2006

Vidas por se cumprir...




Quem assiste "Morangos com Açúcar" - e são muitos, de crianças a adolescentes - soube do trágico acidente de uma das personagens que integrava a novela


um despiste de uma viatura ligeira viria a provocar uma vítima mortal e dois feridos graves, transformando-se no caso mais mediático do dia com a morte do actor Francisco Adam, de 22 anos, protagonista da série Morangos com Açúcar, da TVI
(...). in Diário de Notícias



Não posso deixar de pensar que esta é uma novela que gera enormes audiências e o quanto poderia transformar esta tragédia em algo "diferente", algo que ajudasse os jovens a interiorizar que dirigir um automóvel, também pode ser ter uma arma nas mãos...


abril 16, 2006

O valor da palavra...

Hoje em dia já ninguém dá valor às palavras, se não houver pontuação, uma exacta e simples articulação, pronunciada com emoção, que não vem em dicionários ou enciclopédias, a sua significação jorra-se apenas em sons para atrair mais atenção. Já ninguém aceita um compromisso sem fiador, porque a palavra deixou de ter valor. Só grita quem estiver louco; o "são", esse, puxa da carteira ou cartão de crédito e paga para gritarem por ele. Vulgarizou-se a palavra amizade, cuja importância passa de mão em mão, sem se chegar a qualquer conclusão, ou simplesmente, para chegar ao fundo da questão. E cada vez se vai ficando mais sozinho, entre a comunhão e o pecado...

Os obstáculos foram superados, tudo resultou sem que nós o tivéssemos desejado claramente: as flutuações da transferência deixaram de ter critérios de avaliação no incumprimento de promessas feitas, levianas ou perdidas. Vão alterando o valor de uma simples palavra para a complexidade de um conjunto delas sem fazerem qualquer sentido. Apenas o que interessa é ter tudo à mão, sem ter necessidade de saber de onde elas vêem, ou de como foram feitas, bastando para isso, ler-se o made in, para nossa plena satisfação. «As pessoas que trabalharam nelas, mal remuneradas, algumas analfabetas mas com uma grande compreensão, da dificuldade, de adquirir aquilo que elas próprias construíram com as suas mãos, a troco de míseros salários». O que interessa é a sua divulgação. A auto-analise é realmente impossível. Posso somente analisar-me por meio daquilo que aprendo no exterior (como se eu fosse um outro). A palavra perdeu significado, apenas fica a informação. E amizade está em promoção!..




Dedicado a uma amiga que não digo o nome, porque só eu sei quem é...



PS:- Um blogue que aconselho a visitar, pela sua enorme capacidade do sacrifício, que este país obriga certas pessoas a aprenderem a supera-las, colocando-se simplesmente à margem dessa realidade, como se tratasse de uma mera estatística demográfica. Num país democrático solidário e sobretudo evoluído, é inadmissível confortarmo-nos com estas situações... Barda merda para tanta hipocrisia: http://mariabiju.blogspot.com/


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