A Babushka <$BlogRSDURL$>


Nas palavras encontramos o confronto firme, dos nossos pensamentos, que teimam em contrariar a nossa camuflada sabedoria! [Reptil Vamp] - Click

julho 29, 2005

Blogomania...

O Dicionário Merriam-Webster's declarou-a o termo mais popular em 2004. Por baixo
desta "verborreia" digital, está uma revolução juvenil e feminina.


O dicionário em inglês "online" Merriam-Webster's elegeu a palavra "blog" como o
termo do ano, à frente de outras muito procuradas no seu significado como
incumbente ou insurgente. "Blog" (blogue) é uma derivação de "web log",
atribuída a um tal Peter Merholz - autor de www.peterme.com - que em 1999 passou
a soletrar "we-blog", alterando o termo criado dois anos antes por Jorn Barger,
editor de "Robot Wisdom". Barger baptizara desta forma original um novo tipo de
media digital entretanto emergente e cujo primeiro formato é atribuído a um
sítio pessoal criado por Dave Winer em 1996.


Com menos de 10 anos, o jovem medium é hoje um híbrido de diversas formas de
comunicação de autor, desde os tão clássicos diários ou panfletos em papel aos
sítios pessoais na Web. De uns milhares galgou o ponto crítico em 2001 desde que
se massificaram os softwares livres que tornaram a criação de "blogs" uma proeza
acessível a "totós". O crescimento desta forma de conversação na Web parece
estar a responder a uma "lei" - de cinco em cinco meses duplica, segundo as
estatísticas da Technorati.com, que já rasteia mais de 5 milhões de "blogs". A
Pubsub.com alega ter sob olho mais de 6,5 milhões e a Perseus Development estima
10,3 milhões no final desta semana.


A este universo já se designa por "blogosfera" e o seu poder de atracção advém de
dar voz a milhões de desconhecidos e a outros tantos que os comentam mesmo que
em pequenos ou micro-segmentos de público (alguns falam de "nano audiências),
numa dimensão jamais vista na história dos media. Para alguns analistas, este
tipo de media tornou-se prisioneiro de um excesso de verborreia - "blogorreia",
diz Fernanda Bertini Viégas, uma especialista brasileira a trabalhar no MIT
Media Lab (criado pelo pioneiro do digital, Nicholas Negroponte) em Cambridge,
perto de Boston.


A reportagem e a política penetraram em força neste mundo e as noticias
alternativas a partir do terreno (como os "blogs" de militares na Guerra do
Iraque) ou a vaga panfletária nas campanhas eleitorais ou nos movimentos
políticos de base, catapultaram o "blog" para a celebridade. Dan Gillmor
escreveu há dois anos "We The Media", um manifesto sobre este novo tipo de
jornalismo (o jornalismo é, no entanto, apenas uma das variantes dos "blogs"), e
o livro "Blog", de Hugh Hewitt, é já um "best seller" em termos de encomendas,
mesmo antes de estar nos escaparates, o que só acontecerá em Janeiro. A
importância eleitoral deste medium foi coroada com o convite aos "bloggers" por
parte das duas convenções partidárias norte-americanas nas últimas eleições.



A revolução social



O facto social mais curioso é, no entanto, escondido por muitas reportagens nos
media - que fazem eco sobretudo dos "millblogs" (dos soldados), dos fazedores de
opinião pública, ou dos "voyeurs" de escândalos (que mantém o anonimato ou não).
A demografia dos "blogs" é dominada por 53% de "bloggers" entre os 10 e os 20
anos e a maioria são escritos no feminino como meio de "divagação pessoal",
segundo os

estudos da Perseus
. O impacto desta revolução social na comunicação é motivo
de estudo de muitos investigadores, como Fernanda Viégas, uma carioca de 30 anos
que trabalha há seis no MIT Media Lab. É uma das investigadoras do Sociable
Media Group daquele laboratório em Cambridge, perto de Boston, que analisa a
transição do que é ainda, esmagadoramente, um "hobby" para uma dimensão
educacional e profissional no futuro. Fernanda dedica-se ainda ao tema da
privacidade "online" e da liberdade de expressão envolvidas nos blogues.




Cada vez mais nos veremos perante uma diversidade de motivações e de usos de
ferramentas de 'blogging'. Imagine que já há escolas em que os alunos -
geralmente crianças - têm de criar ou interagir com blogues como parte do
trabalho para casa. E que há investigadores que usam este meio como ferramenta
de trabalho", explica Fernanda Viégas. Inclusive os blogues invadiram já o
universo empresarial, quer na relação com o exterior, como em veículos internos
de gestão do conhecimento ou de afirmação da voz dos "corredores" pelos
empregados. "Os blogueiros internos das empresas têm hoje a possibilidade de
construir reputações dentro das suas empresas e consciencializar os seus colegas
sobre quaisquer problemas ou oportunidades que outros não tenham percebido",
acrescenta a investigadora.


No plano externo, o marketing começa a cavar as suas trincheiras neste universo.
Diz Fernanda Viégas: "Os blogues e os blogueiros podem transformar-se em armas
de marketing. Há vários casos de blogueiros famosos que são constantemente
abordados por empresas para que falem positivamente de certos produtos". Mas,
como todos os media, são uma arma de dois gumes - muitos empregadores já
rasteiam o mundo dos blogues para averiguar se os candidatos aos lugares são blogueiros
críticos. Como salvaguarda contra esta discriminação, há já espaços para
publicação anónima em formato blogue, como o permitido em

http://invisiblog.com
.


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