maio 13, 2005

Nada mais desprezÃvel e repetitivo do que certas falas sobre cultura que jorram nos congressos, seminários, na mÃdia, hoje em dia. A impressão é que houve uma perda da capacidade de produzir pensamento e a ausência de plateias seduzidas pela reflexão. Não se interroga a produção simbólica, faz-se reivindicações, relatos, comentários para animar um auditório acostumado ao olhar da televisão. Se algum dia na história, o filósofo, o intelectual, o crÃtico, o artista, o poeta ocupavam o lugar privilegiado de formar opinião, hoje, esse lugar é ocupado pelo produtor, o empresário cultural, o profissional de marketing. E a cultura é vista apenas como um agente de estÃmulo da economia de uma sociedade em declÃnio.
maio 12, 2005

Fases...
Tens fases como a lua
umas vezes andas escondida
outras, te passeias pela rua...
Perdes-te entre as ruelas escuras
mesmo sendo dia ainda,
não o deixas de estar sozinha.
Entre as tuas diferentes fases
que vão e vão como relâmpagos
no teu calendário secreto,
astrólogo o inventou mesmo sem tempo,
para não perderes as fases do dia
não o procures no sitio onde me encontro,
porque estou onde sempre estive,
será sempre, ao pão de ti se tu quiseres...
Gira a solidão em torno de ti
o tempo escasseia para nosso uso
não o te encontres com mais ninguém
porque tens as fases da lua...
E quando chegar esse dia de ser teu
já não é o dia de seres minha
porque esse dia já se passou
o outro dia se escondeu...

Tens fases como a lua
umas vezes andas escondida
outras, te passeias pela rua...
Perdes-te entre as ruelas escuras
mesmo sendo dia ainda,
não o deixas de estar sozinha.
Entre as tuas diferentes fases
que vão e vão como relâmpagos
no teu calendário secreto,
astrólogo o inventou mesmo sem tempo,
para não perderes as fases do dia
não o procures no sitio onde me encontro,
porque estou onde sempre estive,
será sempre, ao pão de ti se tu quiseres...
Gira a solidão em torno de ti
o tempo escasseia para nosso uso
não o te encontres com mais ninguém
porque tens as fases da lua...
E quando chegar esse dia de ser teu
já não é o dia de seres minha
porque esse dia já se passou
o outro dia se escondeu...
Projectos
Projectos são aventuras; é o nosso mundo sem fronteiras em que enterramos o presente e nos projectamos, lá dentro de nós, para uma distância imprevista, mas onde, estranhamente, já nos situamos, nos vemos, nos apalpamos projectados no futuro.
Bizarra força essa de, como hoje somos, nos transformamos para o amanhã onde tudo passa a ter definições, contornos, nomes, gente, cidades...
Desejos que passam a ter cores vivas, planos não concretizados, mas antecipadamente vividos. Estamos sempre para além do presente, mas também sempre em choque com o futuro.
Projectos, aventura de dentro de nós, esse sentimento de não ver o fim, mas percorrê-lo como uma última viagem.
Os meus projectos vão abrir o ventre largo do futuro e no futuro fica o sonho e todas as cores vivas mais a face dos dias que aqui deixo apontada.
Os meus projectos vão encher o circulo intacto da vida e a página em branco do tempo que chega.
maio 11, 2005

maio 10, 2005

maio 09, 2005

Sonho inacabado

Persegues-me implacavelmente
na boca do teu sorriso.
E desperta meus sonhos
essa recordação cruel.
Meus próprios olhos viram
como tu te oferecias
ao beijo dos meus lábios,
como uma tormenta.
Um vento de loucura
atravessa a minha mente.
Desfecho de amargura
que eu me quis vergar.
Minhas mãos se crisparam,
meus lábios se contiveram,
sua boca se riu
não podia matar o desejo.
Aquele amor de um dia
foi a minha loucura.
Contém a minha alegria
nos campos e na lua.
Porque eu queria tanto
poder confiar nela,
hoje há em mim, a lembrança
numa recordação de dor.
Dormente e abatido
as minhas feridas sangram
bebo mais um trago,
que eu quero esquecer o sonho.
Por que estas pernas andam
do amor ao desengano
como estas as verdades más
que são duras de encaixar.
Do fundo de meu copo
sua imagem me observa
é como uma condenação
seu sorriso sempre igual.
Bonita e destemida
sua boca me encandeia
como a chama da morte
numa ingrata bola de cristal!
Persegues-me implacavelmente
na boca do teu sorriso.
E desperta meus sonhos
essa recordação cruel.
Meus próprios olhos viram
como tu te oferecias
ao beijo dos meus lábios,
como uma tormenta.
Um vento de loucura
atravessa a minha mente.
Desfecho de amargura
que eu me quis vergar.
Minhas mãos se crisparam,
meus lábios se contiveram,
sua boca se riu
não podia matar o desejo.
Aquele amor de um dia
foi a minha loucura.
Contém a minha alegria
nos campos e na lua.
Porque eu queria tanto
poder confiar nela,
hoje há em mim, a lembrança
numa recordação de dor.
Dormente e abatido
as minhas feridas sangram
bebo mais um trago,
que eu quero esquecer o sonho.
Por que estas pernas andam
do amor ao desengano
como estas as verdades más
que são duras de encaixar.
Do fundo de meu copo
sua imagem me observa
é como uma condenação
seu sorriso sempre igual.
Bonita e destemida
sua boca me encandeia
como a chama da morte
numa ingrata bola de cristal!